Radiculopatia é o sinal ou sintoma de irritação de uma ou mais raízes nervosas. Pode causar dormência, dor, sensação de formigamento e fraqueza muscular.
Possuímos 31 pares de raízes nervosas, sendo 8 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 1 coccígeo. Em cada segmento, possuímos ramos ventrais e ramos dorsais. Esses ramos se unem para formar o nervo espinhal que sai pelo forame vertebral.
Os ramos ventrais possuem neurônios que transmitem informações motoras para a musculatura esquelética e os ramos dorsais possuem neurônios com fibras sensitivas da pele, tecido subcutâneo e tecidos profundos (ossos, músculos, vísceras).
Cada nervo espinhal possui um padrão de distribuição segmentar constante, ou seja, cada nervo é responsável por sensibilidade em uma área demarcada (dermátomo) e responsável por ativar a contração de fibras de um determinado grupo muscular (miótomo).
Figura mostrando os dermátomos (radiculopatia).
A radiculopatia cervical produz dor e/ou dormência no pescoço, ombro, antebraço e mão; e pode associar-se a algum tipo de fraqueza. A dor nos membros tendem a seguir os dermátomos dos nervos acometidos. Os sintomas podem piorar durante a manobra de compressão cervical (Spurling) e aliviar durante a distração cervical.
A radiculopatia lombar produz a dor ciática, dormência que se estende da região glútea ao pé e pode apresentar a fraqueza dos músculos das pernas. Sinais como dificuldade de ficar na ponta do pé, marcha com pé caído, dificuldade de subir uma rampa e tropeços frequentes podem estar presentes na diminuição de força dos membros inferiores. O teste de elevação do membro inferior (Lasegue) pode produzir dor quando a raiz está irritada e quando há compressão do nervo.
O exame físico é muito importante. Através dele vamos determinar qual segmento da pele está com sensibilidade alterada e qual parte do membro apresentou redução de força. Verificamos a alteração de reflexos que vêm acompanhadas de lesões nervosas específicas.
O melhor exame para confirmar a compressão radicular é a ressonância magnética.
O tratamento conservador geralmente é a primeira opção. São utilizados medicamentos anti-inflamatórios, analgésicos opiáceos, corticoides, fisioterapia, imobilização provisória com colar cervical flexível e bloqueios de nervos.
O tratamento cirúrgico é reservado para os pacientes com:
- Persistência dos sintomas após 12 semanas de tratamento conservador;
- Dor intensa intratável com medicamentos;
- Presença de déficit neurológico progressivo (evidenciada pelo aumento da fraqueza do membro acometido).
Atualmente existem opções de cirurgias menos agressivas como a discectomia endoscópica ou a artrodese minimamente invasiva que possibilitam um menor sangramento operatório, um dano tecidual menor e permitem uma reabilitação mais rápida e um retorno precoce para as atividades usuais.