Skip to main content

Doença Degenerativa da Coluna

A doença degenerativa do disco é uma patologia prevalente, afetando uma grande parcela da população. Estudos mostram que cerca de 35% dos indivíduos entre 20 e 39 anos apresentam sinais dessa condição, enquanto praticamente 100% dos pacientes acima de 60 anos são impactados por ela.

A estrutura da coluna vertebral é complexa, dividida em unidades funcionais compostas por dois corpos vertebrais, articulações facetárias na parte posterior e discos intervertebrais anteriormente posicionados. Essa estrutura suporta o peso corporal, proporciona flexibilidade e absorve os impactos. A região posterior da coluna abriga e protege os elementos neurais, direcionando os movimentos por meio das articulações facetárias.

O disco intervertebral desempenha um papel crucial, agindo como um ponto de movimento entre os corpos vertebrais, absorvendo e distribuindo as cargas. Com o envelhecimento, o disco perde sua capacidade de manter suas funções, resultando em sobrecarga das estruturas adjacentes e potencial instabilidade.

Cada disco intervertebral é composto por um núcleo pulposo, uma substância gelatinosa, circundada por um anel fibroso. Este último é formado por camadas concêntricas de tecido fibrocartilaginoso e proteínas fibrosas, oferecendo resistência à compressão, torção e flexão. O núcleo pulposo, por sua vez, é predominantemente composto por água, proteínas e proteoglicanos, com sua composição alterando-se ao longo da vida, tornando-se mais fibroso e menos capaz de absorver impactos com o passar dos anos.

A vascularização do disco intervertebral diminui com a idade, tornando-se praticamente avascular na adolescência. Alterações na concentração de proteínas nos ânulos fibrosos ocorrem, com fibras de colágeno maiores e menos resistentes. Com o envelhecimento, o anel fibroso pode fibrilar e desenvolver fissuras radiais, permitindo que o núcleo pulposo extravase podendo resultar em hérnia de disco.

A degeneração do disco intervertebral contribui para a progressão de estágios na doença degenerativa da coluna vertebral, que incluem disfunção, instabilidade e estabilização. Isso pode levar a complicações como espondilolistese e estenose espinhal, afetando diretamente as raízes nervosas e causando sintomas como lombalgia, ciatalgia, quando ocorre na coluna lombar e cervicalgia e braquialgia quando acomete a coluna cervical.

Diversos fatores contribuem para o desenvolvimento da doença degenerativa do disco, sendo a predisposição genética o mais significativo. Outros fatores incluem tabagismo, exposição a cargas repetidas, obesidade e vibração.

O diagnóstico dessa condição muitas vezes requer avaliação clínica e exames de imagem, como radiografias e ressonância magnética. 

O tratamento pode ser conservador, com uso de medicamentos, fisioterapia e bloqueios facetários.

Naqueles casos que o paciente não apresenta melhora dos sintomas, procedimentos cirúrgicos como descompressão medular e artrodese segmentar ajudam na melhora da qualidade de vida do paciente. Atualmente, técnicas cirúrgicas minimamente invasivas oferecem opções com menor morbidade e tempo de recuperação reduzido.

É essencial que o paciente compreenda todas as opções de tratamento e discuta com seu médico a melhor abordagem para seu caso específico.

× Como posso te ajudar?