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Escoliose idiopática do adolescente

A escoliose é uma condição caracterizada pela deformidade da coluna vertebral em três planos do corpo (frontal, sagital e transversal), resultando em curvaturas anormais que podem afetar a função biomecânica do tronco e da caixa torácica. De acordo com a Sociedade de Pesquisa de Escoliose, essa curvatura deve exceder 10 graus para ser diagnosticada como escoliose.

É a deformidade estrutural mais comum, representando aproximadamente 80% das deformidades da coluna. Curvas menores que 10 graus podem ser encontradas em quase 2% da população, enquanto curvas maiores que 20 graus podem afetar até 0,5% das pessoas.

A incidência da escoliose varia conforme a gravidade da curva e a idade, sendo mais comum em mulheres devido à maior probabilidade de progressão da curva. Em curvas superiores a 20 graus, a proporção de mulheres afetadas é cinco vezes maior do que a de homens.

As causas da escoliose são diversas, incluindo problemas neuromusculares, paralisia cerebral, doenças genéticas, distrofias musculares e deformidades congênitas da coluna. No entanto, mais de 80% dos casos de escoliose são considerados idiopáticos, o que significa que não possuem uma causa específica identificável, mas sim uma interação complexa de fatores que contribuem para o desenvolvimento da condição. Entre esses fatores potenciais estão influências genéticas, alterações nos tecidos moles (músculos, ligamentos), níveis reduzidos de melatonina e calmodulina (hormônios), osteopenia vertebral e irregularidades no crescimento vertebral.

Adolescente com escoliose na figura A e a sua radiografia na figura B

Classificação quanto à idade de surgimento:

Eu tenho escoliose. Vou ter que usar o colete?

Aproximadamente 80% das escolioses aparecem nos adolescentes, no início da puberdade.

A escoliose geralmente não causa dor e frequentemente é descoberta de forma incidental, quando os pais notam assimetrias nos ombros ou no tronco de seus filhos ou adolescentes. Muitos pacientes já chegam ao consultório médico com curvaturas significativas, às vezes necessitando de correção cirúrgica. As principais características físicas da escoliose incluem:

  • Diferença na altura dos ombros, sendo mais comum que o ombro direito esteja mais elevado.
  • Presença da giba, que se refere a uma assimetria no gradil costal acompanhada de rotação das costelas.
  • Grande discrepância no tamanho das mamas.
  • Assimetria na cintura.
  • Inclinação do corpo para um lado.

O teste de Adams consiste na  inclinação anterior do tronco colocando as mãos nos joelhos. Durante essa manobra, percebemos assimetria no tronco com um lado do tórax mais elevado do que o outro (giba). Isso significa que as costelas assim como a coluna estão rodadas e provavelmente o paciente tem escoliose.

O teste de Adams é um método utilizado para detectar escoliose, envolvendo a inclinação anterior do tronco com as mãos nos joelhos. Durante essa manobra, é possível observar assimetria no tronco, com um lado do tórax mais elevado que o outro (giba). Isso sugere que as costelas, assim como a coluna, estão rotacionadas e que o paciente provavelmente tem escoliose.

O diagnóstico da escoliose é confirmado por meio de exames radiográficos panorâmicos da coluna, incluindo incidências ântero-posterior e perfil. A ressonância magnética é solicitada quando há suspeita de malformação da coluna vertebral ou para avaliação pré-operatória.

O tratamento da escoliose é individualizado e depende da idade do paciente, da magnitude da curva e da progressão da curva escoliótica. No entanto, existe uma abordagem geralmente seguida no tratamento da escoliose.

A avaliação do crescimento da coluna é realizada por meio de radiografias da bacia, que mostram a ossificação da cartilagem da crista ilíaca, variando de 0 a 5. O uso do colete é considerado nos graus 0, 1 e 2, enquanto acima do 3º grau, o crescimento da coluna é significativamente reduzido e o colete não traz benefícios.

A reabilitação muscular e fisioterapia têm como objetivo manter a flexibilidade da curva e aumentar a força muscular, teoricamente estabilizando a deformidade. Esses métodos são recomendados para pacientes com imaturidade esquelética e curvas de até 25 graus, assim como para pacientes com maturidade esquelética e curvas de até 40 graus.

A eficácia do colete é determinada pelo tempo de utilização, ou seja, quanto mais tempo o paciente utilizar ao longo do dia, melhores serão os resultados. Podem ser utilizados o colete de Boston ou o colete 3D.

Colete para correção de escoliose

Paciente utilizando colete para correção de escoliose

O tratamento cirúrgico é recomendado para pacientes com curvas maiores que 45º graus ou para aqueles que apresentam progressão contínua da deformidade, apesar do tratamento conservador. A melhor opção de tratamento deve ser discutida com o médico responsável.

Figura mostrando o princípio da correção cirúrgica

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