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Hérnia de disco

A hérnia de disco pode reduzir de tamanho?

Conheça os três principais motivos para operar uma hérnia de disco!

A hérnia discal é uma condição na qual ocorre o deslocamento focal de um dos componentes do disco intervertebral, como o núcleo pulposo e/ou o ânulo fibroso, para além da margem formada pelos corpos vertebrais. Geralmente, essa condição afeta com maior frequência os últimos dois segmentos da coluna lombar (L4-L5 e L5-S1) e é mais prevalente entre os 30 e 50 anos de idade.

O disco intervertebral desempenha um papel crucial na coluna vertebral, atuando como um amortecedor entre os corpos vertebrais e distribuindo as cargas recebidas. Com o passar do tempo, no entanto, o disco pode perder sua capacidade de manter suas funções devido ao envelhecimento, levando a uma sobrecarga das estruturas adjacentes e, consequentemente, à instabilidade.

Cada disco intervertebral é composto por um núcleo pulposo, um material gelatinoso, cercado por um anel fibroso laminado. Este último é constituído por várias camadas concêntricas de tecido fibrocartilaginoso e proteínas fibrosas, proporcionando resistência à compressão, torção e flexão.

O núcleo pulposo é composto por fibrilas colágenas imersas em uma matriz de água, proteínas e proteoglicanos, conferindo-lhe uma consistência gelatinosa. Com o avançar da idade, o núcleo pulposo tende a se tornar mais fibroso e menos capaz de absorver água, resultando em uma diminuição de sua funcionalidade.

Além disso, o disco intervertebral é uma estrutura avascular, ou seja, possui pouca vascularização, o que dificulta sua capacidade de receber nutrientes e água. Isso pode levar a um processo de desidratação progressiva do disco ao longo da vida.

A degeneração do disco intervertebral pode levar ao desenvolvimento de hérnias discais, que podem ocorrer com ou sem sintomas associados. Fatores genéticos desempenham um papel importante na predisposição para o desenvolvimento de hérnias discais, juntamente com outros fatores como tabagismo, exposição a cargas repetidas e vibração.

Existem quatro tipos principais de hérnias discais:

  • Protusão concêntrica: caracterizada por um abaulamento harmônico que faz com que o disco assuma uma forma arredondada.
  • Protusão focal: apresenta um abaulamento assimétrico, no qual a base é menor que a altura da hérnia.
  • Extrusão: caracterizada por um abaulamento assimétrico, no qual a base é maior que a altura da hérnia, com parte do núcleo pulposo exposto ao espaço epidural.
  • Sequestro: ocorre quando há perda da continuidade entre o material herniado e o disco intervertebral, com parte do núcleo pulposo exposta ao espaço epidural.

A CIÁTICA é multifatorial, causada por compressão mecânica de uma ou mais raízes nervosas associado a um processo inflamatório importante ou irritação química. Pode haver compressão nervosa sem sintomas.

Durante a compressão nervosa, todos os tecidos sofrem alterações: fibra nervosa, vascularização, tecidos conectivos. Cada um apresenta uma forma e um limite adaptativo. A raiz nervosa consegue dessa forma manter a função inalterada até um limite adaptativo. A partir desse momento, iniciam-se alterações funcionais e estruturais. Essas variam de acordo com o grau de compressão, com a duração e também com a velocidade de compressão. Alterações lentas oferecem tempo para uma adaptação tecidual com uma sintomatologia mais branda. Já uma compressão aguda leva à formação de um maior edema, piora nutricional e alterações da condução nervosa. 

Um processo inflamatório numa raiz nervosa pode excitar o nervo e com isso produzir mais impulsos dolorosos e por mais tempo após um estímulo. Por isso o paciente apresenta uma dor exacerbada após um estímulo doloroso usual.

O quadro clínico típico de uma hérnia de disco é a lombalgia que pode ser leve inicialmente, evoluindo para lombalgia e ciatalgia  (lombociatalgia) e por fim persitir com a ciática isolada.  O exame físico deve ser cuidadoso e avaliar a função sensitiva e motora das raízes nervosas, podendo determinar o segmento vertebral acometido.

O exame de imagem mais importante para avaliação da lombociatalgia é a ressonância magnética. A radiografia é útil para avaliação do equilíbrio da coluna e para detectar sinais de instabilidade.

O tratamento vai depender do tempo da doença, da intensidade da dor, integridade das estruturas nervosas e da qualidade de vida do paciente. 

O tratamento conservador é eficaz em mais de 80% dos pacientes dentro das seis primeiras semanas. Nos casos de dor intensa, sem alívio com medicação analgésica, as infiltrações são uma excelente escolha.

A abordagem cirúrgica é indicada quando o tratamento conservador não foi capaz de aliviar os sintomas num período de seis a doze semanas, em crise de dor muito intensa que não responde a medicamentos analgésicos e bloqueios, déficit neurológico progressivo (perda de força nos membros) e síndrome da cauda equina.

Atualmente existem opções de cirurgias menos agressivas como a discectomia endoscópica que possibilita um menor sangramento operatório, um dano tecidual menor e permite uma  reabilitação mais rápida, um retorno precoce para as atividades usuais. Clique aqui para conhecer a cirurgia endoscópica da coluna.

A melhor opção deve ser discutida com o seu médico.

Figura mostrando ressonância com hérnia de disco l5-s1

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