Infiltração espinhal; quando fazer?
A infiltração espinhal ou bloqueio é um procedimento no qual posicionamos uma agulha especial em uma topografia especifica da coluna e em seguida aplicamos medicações anestésicas e corticóides.
O bloqueio é feito em regime hospitalar, com uma sedação leve para garantir o maior conforto do paciente. A alta é dada após 3 a 4 horas após o fim do tratamento.
Para que a infiltração seja mais eficaz, utilizamos um moderno aparelho chamado intensificador de imagem, que permite monitorizar a introdução e posicionamento da agulha instantaneamente. Dessa forma, o remédio será aplicado nas articulações zigoapofisárias em caso de dor facetária ou aplicado nos forames intervertebrais caso o paciente apresente dor causada por uma hérnia de disco ou degeneração discal. Os bloqueios seletivos podem ser usado como testes diagnósticos e assim conseguimos determinar com maior precisão o melhor tratamento cirúrgico para o paciente.
As infiltrações são indicadas na dor lombar aguda intensa não responsiva a medicamentos pois favorece a recuperação mais rápida e a possibilidade de realizar a reabilitação com fisioterapia de forma mais eficaz. Outra possibilidade é a dor lombar crônica pouco responsiva a tratamento conservador com fisioterapia e analgésicos.
Estudos mostraram que os bloqueios conseguiram evitar que aproximadamente 50% dos pacientes com hérnias de disco já com indicação de cirurgia deixassem de operar.
O princípio do tratamento consiste em reduzir a inflamação das raízes nervosas, das articulações da coluna além de modular a dor. Estudos mostraram que nervos inflamados são mais sensíveis a estímulos dolorosos, fazendo que a dor seja mais intensa e tenha uma duração mais prolongada. O corticoide injetado tem a função anti-inflamatória, permitindo que o nervo retorne ao seu funcionamento normal.
O paciente deve estar ciente que o procedimento é paliativo e que geralmente não cura a doença. Apresenta um índice de sucesso alto e um excelente risco x benefício. Vários pacientes podem se beneficiar muito, com alívio prolongado enquanto outros pacientes podem ter alívio parcial e um efeito de curta duração.
Estamos autorizado a repetir a infiltração somente se o paciente apresentou benefício com o tratamento por pelo menos 3 meses.
As complicações são pouco comuns e podem estar relacionados ao uso do corticoides (retenção de líquidos, aumento da pressão arterial, glicose e reações alérgicas) e à introdução da agulha ( infecção, hematoma, dor de cabeça pós-injeção). O paciente deve saber que a lesão neurológica é extremamente rara.
Foto da imagem do posicionamento da agulha no forame intervertebral para realizar a infiltração. Imagem na incidência ântero-posterior à esq e na incidência lateral em perfil.