Skip to main content

Lombalgia

Lombalgia é o nome da dor na região entre a última costela e a prega glútea, incluindo ou não a região posterior da coxa. É a segunda causa de consulta médica e a causa mais frequente de limitação das funções em pessoas abaixo de 45 anos.

Estima-se que 85% das pessoas terão pelo menos um episódio de lombalgia ao longo de suas vidas.

Existem várias doenças que podem provocar a dor na coluna lombar, mas nem sempre a causa pode ser definida com precisão. O diagnóstico é baseado na história clínica, exame físico e exames complementares.

A lombalgia é definida como aguda  quando tem menos de 4 semanas, subaguda se tem entre 4 e 12 semanas e crônica se tem mais de 12 semanas. Essa classificação ajuda no entendimento das possíveis causas e tratamentos.

A dor na coluna pode ser caracterizada em quatro tipos:

1 – Inflamatória: causada por doenças inflamatórias (reumatismo), tem a função de proteção da estrutura acometida, mas pode exacerbar os sintomas.

2 –  Nociceptiva: protege o organismo de lesões teciduais e permite a cicatrização de estruturas danificas através do aumento da atenção, da defesa  e dos cuidados  com a região acometida.

3 –  Neuropática: dor anormal, sem relação com dano tecidual, causada por disfunção ou dano  do sistema nervoso periférico ou central. Não tem função de proteção do organismo. Geralmente ocorre espontaneamente e pode estar associada a anormalidades sensoriais. Tem uma característica em queimação ou em choque. Geralmente apresenta um curso crônico.

4 –  Funcional: causada pelo aumento da sensibilidade dolorosa, sem evidencias de qualquer lesão tecidual.

5 – A dor nociplástica é um tipo de dor crônica que não se encaixa claramente em nenhum desses dois tipos tradicionais. É caracterizada por uma alteração na percepção da dor, onde os sinais de dor são anormais, mesmo na ausência de lesões teciduais ou neuropatia evidente. Isso pode incluir sensações como queimação, formigamento ou dores difusas.

Os fatores que influenciam na dor da coluna são:

1 –  Genética;

2 – Obesidade;

3 –  Sedentarismo;

4 –  Tabagismo;

5 –  Idade (acima de 50 anos);

6 –  Sexo (o feminino tem mais propensões);

7 –  Fatores psicossociais;

8 –  Laborais: trabalho físico pesado, vibração, postura inadequada e rotação do tronco.

As causas mais comuns de lombalgia relacionadas à problemas da coluna são: hérnias de disco, doenças degenerativas da coluna, traumas, tumores, doenças inflamatórias (reumatismo), distúrbios mecano-posturais.

As causas não relacionadas à problemas da coluna são: doenças em órgãos pélvicos (endometriose, doenças inflamatórias pélvicas entre outras), doenças gastrointestinais, aneurisma da aorta, neoplasias (linfoma, leucemia, tumores retroperitoneais).

A lombalgia pode ser acompanhada ou não da dor irradiada para os membros inferiores (ciática).  Quando a ciática está presente, devemos pensar em compressão (estenose) das raízes nervosas lombares. A estenose pode ser por hérnias de disco, degeneração de algum segmento lombar ou por tumores.

Devemos sempre ficar atentos aos sinais de alerta ou bandeiras vermelhas. Essas são:

– Dores intensas, constantes e principalmente noturnas;

– Traumatismos;

– Febres;

– Histórias de câncer familiar;

– Usuários de drogas intravenosas e esteroides;

– Presença de contaminação por AIDS (síndrome da imunodeficiência) e doenças reumatológicas.

Os exames complementares são conduzidos após uma avaliação clínica detalhada pelo especialista e têm como objetivo confirmar ou descartar hipóteses diagnósticas. É crucial destacar que esses exames não devem ser solicitados de forma indiscriminada.

A radiografia é empregada para avaliar o balanço sagital, investigar traumas iniciais, detectar alterações degenerativas e sugerir algumas lesões infecciosas e tumorais em estágios avançados.

A tomografia computadorizada é indicada para investigar estruturas ósseas em casos de tumores, doenças degenerativas e pode ser uma alternativa à ressonância magnética em pacientes com contraindicações para este exame, como presença de próteses cardíacas, marcapasso, stent, entre outros dispositivos.

A ressonância magnética é um exame altamente eficaz para avaliar nervos e medula, ligamentos, processos infecciosos, tumores e doenças degenerativas, bem como alterações nos discos intervertebrais. É importante ressaltar que a ressonância magnética não envolve exposição à radiação ionizante.

A cintilografia é uma ferramenta útil no diagnóstico de tumores, infecções na coluna e doenças inflamatórias, pois avalia a atividade osteometabólica dos segmentos vertebrais.

Em termos práticos, o processo inicial visa determinar se a origem da dor é na coluna ou não. Em seguida, busca-se excluir possíveis patologias graves. Posteriormente, é importante determinar, com base no padrão e na distribuição da dor, se esta é de origem radicular. O diagnóstico é então confirmado por meio de exames específicos, a partir dos quais o tratamento adequado é iniciado.

O objetivo do tratamento da lombalgia consiste em:

  1. fornecer informação adequada sobre a doença;
  2. orientar a possibilidade de tratamento e excluir a gravidade (quando possível) liquidando a ansiedade;
  3. promover controle adequado dos sintomas;
  4. prover recomendações para o paciente retornar às suas funções precocemente, incluindo o trabalho.

O tratamento da lombalgia deve ser individualizado de acordo com o perfil do paciente: idade, peso, tempo, padrão de dor, presença ou não de ciática, comorbidades e fatores psicossociais. Existem as opções conservadoras (remédios, fisioterapia, acupuntura, osteopatia, quiropraxia )e as cirúrgicas.

A melhor opção deve ser discutida com o seu médico.

× Como posso te ajudar?